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sábado, 5 de novembro de 2011

Deixe

Deixe-me te abraçar até que a ponta dos dedos estejam dormentes.
Deixe-me lhe dizer com todas entonações o quanto lhe amo. 
Deixe que o beijo que lhe der na nuca estremessa todo teu corpo.
Deixe que os copos sujos de café amargo nos fitem de longe.
Deixe que, ao sair de casa, a chuva molhe tua face. 
Deixe que o frio gélido do vento da praia te carregue e conduza teus pensamentos. 
Deixe-se estar são.
Deixe-me ser o vão donde cabem todos os seres e todas as palavras entram em sintonia.
Deixe-se.
Deixe-me.
Deixe.





Sara Pautz.

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