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sábado, 9 de outubro de 2010

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Para aprofundar um pouco mais o teu pensamento, caro leitor, deixarei a ti uma das minhas sinopses tendo em vista a crítica de certas obras literárias.

Ensaio de “O Primo Basílio”
O Realismo instala-se na sociedade do século XIX. E é através de Eça de Queirós que o mesmo se concretiza. “O Primo Basílio” é um bom exemplo disso, onde Eça questiona (indiretamente aos românticos) se o casamento é verdadeiro e eterno. “O Primo Basílio” é, no mínimo, uma história de amor e perdição bem impressionante.
Em “O Primo Basílio”, a infidelidade é o ponto central, o objetivo. Objetivo este que Eça deseja mostrar e discutir à sociedade da época. Eça pergunta ao povo, através de seu livro, se o matrimônio é inteiramente verossímil. Há um ponto de interrogação em “O Primo Basílio”, já que Luísa, esposa sempre fiel, vê-se envolvida numa trama libertinosa na qual seu primo é o ator principal e ela a “mocinha enganada” pelo mesmo. Luísa sempre desejou uma vida aventureira. Desejava viajar pelo mundo afora, ser feliz, todavia, quando, iludida, acredita que está prestes a concretizar seu sonho, o chão desaba a seus pés, é flagrada pela pessoa que mais odeia: sua empregada Juliana, a ”isca seca”, como era chamada na rua. Luísa e Basílio trocaram algumas cartas, porém, nessa troca, Juliana as encontra e ameaça entregá-las a Jorge, o esposo traído. Luísa põe-se louca, fica desesperada; Juliana deseja dinheiro; Basílio foge para a França com a desculpa de ir à trabalho. Luísa não possuía grande riqueza para dá-la à Juliana, porém, começa a agradá-la dando-lhe vestidos, lençóis de linho, troca-lhe de quarto e, aproveitando-se da boa vontade da Senhora, começa a não fazer os serviços domésticos, deixando que Luísa mesma os faça pra poder ir ao teatro, bailes e etc.. A vida de Luisa se transforma em um verdadeiro inferno até que não a suporta mais e vai pedir ajuda a Leopoldina, sua amiga, a qual a aconselha que peça dinheiro emprestado a Castro, um rico empresário que a “estimava” muito. Luísa desiste e recorre a Sebastião, amigo sempre leal de Jorge e conta-lhe toda a verdade. Sebastião tem um plano. Todavia, durante o plano Juliana morre de aneurisma. Luísa pega as provas que Juliana possuía e as queima. Luísa fica muito adoentada. Dias depois, chega-lhe um carteiro e entrega uma carta de Basílio endereçada à Luisa. Jorge hesita, mas, ao ler descobre que foi traído. Quando Luisa melhora, Jorge lhe pergunta sobre a carta. Ela desmaia, fica muito doente e falece. Jorge vai para a casa de Sebastião e Basílio fica sozinho.
Eça de Queirós, um autor polêmico e que certamente reflete em seu livro uma crítica a seu tempo: a influência francesa sobre Portugal e principalmente Lisboa, palavras como “toillet”, “coupé”, “Voltaire” são muito usados em “O Primo Basílio”. Uma das grandes características deste renomado autor é o fato de ser um “antirromântico”. Um bom exemplo disso é a crítica que faz a seu personagem Luísa dizendo que uma das causas da pobreza moral da mesma se deve ao fato de ler tantos romances. “O Primo Basílio”, uma história de amor de traição, uma polêmica para aquela época e também para os dias atuais. Eça de Queirós, um autor destemido e sem máscaras que, sem meias palavras, revela uma realidade ao mundo.
                  







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