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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Análise Poética de "A Cinza das Horas"-Manuel Bandeira

Os poemas apresentam em geral expressões sentimentais, sejam elas, desilusões como a morte, a tristeza, a perda ou o amor à pátriae à pessoa idolatrada.
Manuel Bandeira, mesmo sendo modernista, não deixa de lado o romantismo de lado e o aborta em seus poemas. Como se observa no poema "Volta":


Enfim te vejo. Enfim no teu
Repousa o meu olhar cansado.
Quanto o turvou e escureceu
O pranto amargo que correu
Sem apagar teu vulto amado.


Além do romantismo, o desejo de morte pela pessoa amada, caso o amor não seja recíproco:


Embora morra incontentado,
Bendigo o amor que Deus me deu.
Bendigo-o como um dom sagrado.
Como o só bem que há confortado
Um coração que a dor venceu!
Enfim te vejo! 


O enfoque melancólico dado por Bandeira é de extrema relevância. Em desencanto o diz:


Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.


Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

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